Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2018. Pseudobombax parvifolium (Malvaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), com ocorrência nos estados: BAHIA, município de Anagé (Carvalho-Sobrinho 3092), Anguera (Carvalho-Sobrinho 3033), Bom Jesus da Lapa (Carvalho-Sobrinho 489), Canudos (Carvalho-Sobrinho 3028), Caturama (Conceição 2424), Chorrochó (Melo 6613), Contendas do Sincorá (Carvalho-Sobrinho 3087), Feira de Santana (Queiroz 12000), Iraquara (Carvalho-Sobrinho 3053), Itaberaba (Souza 711), Itiúba (Nunes 1131), Jacobina (Pezzini 1), Jeremoabo (Carvalho-Sobrinho 250), Lapão (Carvalho-Sobrinho 3059), Manoel Vitorino (Carvalho-Sobrinho 3018), Paulo Afonso (Albino s.n.), Quijingue (Carvalho-Sobrinho 752), Remanso (Queiroz 6625), Riachão do Jacuípe (Carvalho-Sobrinho 3025), Santaluz (Carvalho-Sobrinho 3026), Souto Soares (Carvalho-Sobrinho 3057), Tanquinho (Carvalho-Sobrinho 3024), Tucano (Carvalho-Sobrinho 751), Várzea Nova (Loureiro 248), Vitória da Conquista (Carvalho-Sobrinho 3014), Irecê (Carvalho-Sobrinho 3063); PARAÍBA, município de Santa Teresinha (Agra 1729), Soledade (Lucena 251); PERNAMBUCO, município de Caruaru (Guedes s.n.), Veturosa (Lima 837); PIAUÍ, município de Piracuruca (Alencar 1484); SERGIPE, município de Canindé de São Francisco (Silva 320), Porto da Folha (Oliveira 174). Segundo a Flora do Brasil 2020 a espécie ocorre no estado do CEARÁ, RIO GRANDE DO NORTE e MINAS GERAIS.
Árvore de até 8 m, endêmica do Brasil ( Flora do Brasil 2020 em construção, 2018; Carvalho-Sobrinho e Queiroz, 2010). Foi coletada exclusivamente em Caatinga (stricto sensu) associada a Caatinga nos estados da Bahia, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe, Ceará, Rio Grande do Norte e Minas Gerais. Apresenta distribuição muito ampla e frequente em toda a Caatinga, EOO=452603 km² e presença confirmada dentro dos limites de Unidades de Conservação e áreas que ainda resguardam significativos remanescentes de vegetação nativa.Também encontra-se relativamente bem representada em coleções desde sua descrição formal e aparentemente não sofre pressão direta pelo corte seletivo e não possui uso conhecido documentado. Por essas razões, portanto, O. obliqua foi considerada como de Menor Preocupação (LC) neste momento. Estudos específicos sobre números e tendências populacionais e a incidência de pressões diretas devem ser conduzidos a fim de subsidiar uma avaliação de risco de extinção robusta no futuro e evitar assim sua inclusão em categoria de ameaça mais restritiva ante as crescentes ameaças documentadas por toda a Caatinga (Antongiovanni et al., 2018; Ribeiro et al., 2015; Kohlhepp, 2010; Costa et al., 2009; )
Espécie descrita em: Novon 20(1): 17. 2010
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1 Residential & commercial development | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
A Caatinga sustenta mais de 23 milhões de pessoas (11,8% da população brasileira) e é uma das regiões semiáridas mais populosas do mundo, com 26 habitantes km-1 (Medeiros et al., 2012; Ribeiro et al., 2015). Novos cenários, como a transposição do rio São Francisco, podem mudar o paradigma de que a região semiárida não é apta para o desenvolvimento econômico e intensificar processos que levam a perda da diversidade florística (Costa et al., 2009). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.1 Annual & perennial non-timber crops | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
Tradicionalmente, a região Nordeste destacava-se pela produção de cana-de-açúcar cultivada sobre a Caatinga (Kohlhepp, 2010). Apesar disso, a região não apresentava bons níveis de produtividade devido as suas condições ambientais (Kohlhepp, 2010; Waldheim et al., 2006). A partir de diversos incentivos governamentais, do crescente interesse na produção de biocombustíveis (Gauder et al., 2011; Kohlhepp, 2010; Koizumi, 2014; Loarie et al., 2011) e da aplicação de novas técnicas de produção, dentre elas a irrigação e melhoramento de cultivares, o cultivo de cana-de açúcar passou a expandir sua área de cultivo (Costa et al., 2011; Ferreira-Junior et al., 2014; Loarie et al., 2011; Silva et al., 2012). Similarmente, a região destaca-se na produção de algodão (Borém et al., 2003; Vidal-Neto e Freire, 2013), frutas (Vidal e Ximenes, 2016) e, nas últimas décadas, o cultivo de soja tem expandido (Sanches et al., 2005). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3 Livestock farming & ranching | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
A pecuária é uma das principais fontes de renda e subsistência para os habitantes da Caatinga (Antongiovanni et al., 2018). Em geral, bovinos, caprinos e ovinos são criados em regime de liberdade, tendo acesso à vegetação nativa como base de sua dieta (Marinho et al. 2016). Na Caatinga e em outras regiões semiáridas, o pastejo tem sido associado à compactação do solo, redução na sobrevivência de plântulas e mudas, consumo de biomassa de dossel, alteração da riqueza e composição das plantas (Marinho et al. 2016). Além disso, a sinergia entre o efeito do gado pastando em remanescentes semiáridos e a invasão de espécies exóticas tem sido relatada (Hobbs, 2001). A pecuária é um distúrbio crônico na Caatinga que tem efeitos negativos sobre a diversidade de plantas (Ribeiro et al., 2015). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 4.1 Roads & railroads | habitat | past,present,future | national | high |
Castelletti et al. (2004) modelaram os efeitos das estradas sobre a vegetação de Caatinga e adicionaram novos valores às áreas já utilizadas para agricultura e pastagem estimadas pelo IBGE. A área de Caatinga modificada obtida pelos autores variou de 223.100km² a 379.565km². Esses números indicam que entre 30,4% e 51,7% da área da Caatinga foi alterada por atividades antrópicas. A primeira estimativa coloca a Caatinga como o terceiro ecossistema mais degradado do Brasil, atrás da Mata Atlântica e do Cerrado. A segunda estimativa, entretanto, eleva a Caatinga para o segundo ecossistema mais degradado do Brasil, passando à frente do Cerrado. Contudo, é possível que mesmo esses valores ainda estejam subestimados, porque é difícil dimensionar a extensão da perda dos ecossistemas naturais e da flora e fauna do Nordeste brasileiro nos últimos 500 anos. Os registros históricos produzem pistas pequenas, mas dramáticas, sobre a destruição em larga escala que tem devastado a região desde 1500, e mesmo os maiores remanescentes da Caatinga têm, provavelmente, sido alterados desde os tempos pré-Colombianos (Leal et al., 2005). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 5 Biological resource use | habitat | past,present,future | national | very high |
A extração de madeira para carvão, construção civil e uso doméstico tem sido uma ameaça generalizada à Caatinga por muitos séculos. Historicamente, árvores grandes e maduras eram altamente valiosas ao ponto de serem suprimidas a virtualmente desaparecerem da paisagem. O uso industrial das árvores da Caatinga para a produção de carvão, que é parcialmente feito de forma ilegal e descontrolada, contribui fortemente para modificar a densidade e a estrutura da vegetação remanescente (Gariglio et al., 2010). O uso de madeira e carvão para uso doméstico (por exemplo, forno a lenha) também não é desprezível, correspondendo a 30% do que é extraído anualmente (Gariglio et al., 2010). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 5.3 Logging & wood harvesting | habitat,mature individuals | past,present,future | national | high |
A Caatinga ocupava originalmente 826.411 km² do território brasileiro, porém atualmente cerca de metade de sua cobertura vegetal foi perdida devido à ocupação humana (Antongiovanni et al., 2018; Marinho et al., 2016). Os ambientes remanescentes, encontram-se sob intensa pressão da extração de madeira, pecuária e caça (Marinho et al., 2016). Apenas 1,75% da área original da Caatinga é protegida por Unidades de Conservação de Proteção Integral e 7% por Unidades de Conservação de Uso Sustentável, o que a coloca como um dos biomas menos protegido dentre todos os biomas brasileiros (MMA 2011; Brasil 2018a,b). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1 Land/water protection | on going |
A espécies foi registrada no Parque Estadual da Pedra Furada (Lima 837), Parque Nacional de Sete Cidades (Alencar 1484). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |